INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

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Dr. Otavio Soares | Cardiologista | CRM 160.723

Insuficiência cardíaca (IC), também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, ocorre quando o coração não está bombeando sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. Como resultado, líquido pode se acumular nas pernas, pulmões e em outras partes do corpo, causando inchaços e falta de ar.

Existem basicamente duas formas de IC: aquela na qual o coração não consegue bombear o sangue (o coração está “fraco”), classicamente conhecida como sistólica, e aquela na qual o coração não consegue se encher adequadamente, chamada de diastólica.

Mais recentemente, classificamos a IC de acordo com o percentual de sangue que o coração consegue bombear a cada batida, considerando todo o sangue que retorna até ele. A essa medida, damos o nome de fração de ejeção e a classificamos em fração de ejeção reduzida, levemente reduzida e preservada.

O diagnóstico da IC é clínico, baseado numa história bem detalhada e no exame físico. Vários exames podem ser utilizados na classificação e na investigação da causa, como eletrocardiograma, raios X de tórax, exames de sangue, ecocardiograma, ressonância magnética, cintilografia do coração e cateterismo cardíaco.

A IC tem muitas causas e pode ser a via final comum de várias doenças não tratadas ou tratadas de forma inadequada, como infarto do coração, hipertensão arterial, doença de chagas, doenças nas válvulas do coração, miocardites (inflamação do coração), dentre outras.

O tratamento clínico é feito com diversas medicações dependendo do tipo de IC diagnosticada, ou seja, dependendo da fração de ejeção do paciente. Como exemplo, podemos citar: enalapril, losartana, carvedilol, metoprolol, espironolactona, furosemida e, mais recentemente contemplado pelo Sistema Único de Saúde, a associação de sacubitril com valsartana. Ainda no esquema de tratamento clínico, a dapaglifozina e empaglifozina demonstraram recentemente capacidade de diminuir mortalidade e hospitalização em pacientes portadores de IC.

Não menos importantes são as medidas não-medicamentosas, como controle da ingestão de líquidos, quantidade adequada de sal, exercícios físicos supervisionados quando indicados, cessação do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas e perda de peso.

A cirurgia também tem papel no tratamento da IC e aqui destacam-se as cirurgias de troca das valvas danificadas e, até mesmo, o transplante cardíaco.

Fundamentalmente, todo o arsenal de tratamento da IC visa trazer mais qualidade de vida ao paciente, além da redução da mortalidade. Em outras palavras, viver mais e melhor.

Apesar dos recentes avanços no tratamento clínico e no uso de dispositivos (“coração artificial”), a insuficiência cardíaca ainda é uma importante causa de morte, tendo evolução mais grave do que a de vários tipos de câncer. Dessa forma, a prevenção da IC com base no adequado tratamento das suas causas é a melhor forma de evitar essa grave condição.