DENGUE

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A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses – causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes (insetos e carrapatos). No Brasil, o vetor da dengue é a fêmea do mosquito Aedes aegypti.
Desde a primeira epidemia documentada no Brasil em 1981-1982, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica).
Aspectos como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor.
A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.
SINAIS E SINTOMAS
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves, inclusive virem a óbito.
Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.
No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre o 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
• dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
• vômitos persistentes;
• hipotensão postural e/ou lipotimia;
• letargia e/ou irritabilidade;
• entre outros.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes como mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas com mais de 65 anos têm riscos de desenvolver complicações.
TRANSMISSÃO
O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido ao ser humano principalmente por via vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas. Transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue são raros.
PREVENÇÃO
Em 21 de dezembro de 2023 a vacina contra a dengue foi incorporada no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina entrou no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em fevereiro de 2024.
Embora exista a vacina contra a dengue, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle, seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios:
• uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
• a remoção de água parada dos recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
• vedação dos reservatórios e caixas de água;
• desobstrução de calhas, lajes e ralos;
• participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
TRATAMENTO
O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
• Repouso;
• Ingestão de líquidos;
• Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
• Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.