CONVULSÃO E EPILEPSIA: SÃO A MESMA COISA?

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Dr. Leonardo Vaz | Neurologista | CRM 162.822

Provavelmente você já ouviu falar de alguém que teve convulsão. Isto é epilepsia? Boa pergunta! Vamos lá.
O termo epilepsia se aplica a um grupo de distúrbios do sistema nervoso caracterizado por ataques recorrentes, que são causados pela ativação indevida de áreas do cérebro que passam a disparar impulsos nervosos repetitivos e não condizentes com a atividade que a pessoa está realizando naquele momento. Alguns destes ataques são chamados de convulsões (mas há outros tipos de crises epilépticas).

Então, aqui já respondemos a pergunta: nem toda convulsão é decorrente de epilepsia, assim como um paciente com epilepsia pode apresentar crises epilépticas diferentes da convulsão.

Mas vamos entender um pouco mais sobre a convulsão, que é uma condição clínica caracterizada pela atividade anormal do cérebro, podendo acometer uma região específica (sendo denominada crise focal) ou no cérebro todo (neste caso, chamada de crise generalizada).

As principais causas para uma convulsão são: meningites, encefalites, epilepsia, tumores cerebrais, traumas encefálicos, hemorragia cerebral, entre outros. Para algumas pessoas, situações como estresse, luz intensa e intermitente (piscante ou em flashes), febre alta e privação de sono podem causar uma crise convulsiva.

Os sintomas de uma crise convulsiva são variados, mas geralmente se apresenta com movimentos involuntários do corpo, lábios azulados ou pálidos, perda de consciência, salivação abundante, às vezes com mordedura de língua. Durante uma convulsão jamais insira qualquer objeto na boca do paciente. A melhor forma de auxiliá-lo é manter o corpo virado para o lado, a fim de evitar a aspiração de saliva.

Pronto! Sabemos que nem toda crise convulsiva se deve à epilepsia, já que existem várias outras causas possíveis para uma convulsão.

Agora vamos discutir um pouco mais sobre epilepsia, que pode ser resultante de um distúrbio genético ou de uma lesão cerebral adquirida, como traumatismo ou acidente vascular cerebral. Contudo, a causa da epilepsia é desconhecida para a maioria dos pacientes (sendo chamada de idiopática). É uma condição neurológica bastante comum, acometendo aproximadamente uma em cada 100 pessoas. O diagnóstico é clínico, mas o neurologista solicita ressonância magnética do encéfalo e eletroencefalograma para melhor investigar as possíveis causas da epilepsia. As crises epilépticas também podem ser focais ou generalizadas. Crise de ausência, epilepsia mioclônica juvenil e crise disperceptiva são alguns tipos de epilepsia.

Há inúmeros medicamentos para o controle das crises, os quais são usados por longos períodos (às vezes, a vida toda). Há também a possibilidade de tratamento cirúrgico em alguns casos.